terça-feira, 18 de agosto de 2009

o retrato

naquela casa havia
eu e você.
mas não sou...
não só uma trepada
me faria feliz,
então quis brincar.

o vinho era a porra
na pele
da minha faca
quando fadas
queria ver.

naquela casa havia
eu, você
e sua morte.

não. ele me viu.

eu me vi
- de vermelho -
nos olhos de seu avô
pendurados
na parede.

peguei o velho
em preto e branco
enquanto se arrastava
ao telefone antigo,
desses de girar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

da garoto

ao desavisado
o dado é relevante:
levante da cadeira
e dance antes
que a serenata se vá.

nessa caixa
de bom tom
o bombom
somos eu e você.

nestlé ou lacta,
intacta não deve ficar.

dancemos a (in)definição
que o coração dita.

bendita sedução
dos que - como eu -
comem sempre
o chocolate

baton
que pinta rosto
e boca
do menino garota.


um vômito doce não faz mal...

sábado, 1 de agosto de 2009

32 minutos

durante os 9 minutos em que cagou somados aos dois primeiros do banho, aquele cara passou por um conflito...

já tinha dado.
coisa que - ele jura! - nem deus sabe.

não sabia quem era.

“eu sou?”.

um garotinho acabando com as narinas no céu; seu cérebro derretendo.
e as pessoas rindo, até os medíocres riam dele! ha ha.
se era bicha mesmo? perguntavam, sim.

...

você quer a resposta?

passou o resto do banho com um roll-on enfiado no rabo.

tempo total no banheiro: 32 minutos.