quarta-feira, 10 de junho de 2009

à vida

é a manhã de sua morte.

veste seu terno preto
que não é luto.
à vista é o primeiro que vem.

não anda de trem.
não treme seu carro
tão caro
quanto os filhos
e as unhas do pé.

senta na cadeira
que beira o iminente
mentindo como sempre
como sou feliz.

a cama prevê
e a TV acalma.

no escuro, um beijo na mulher
e acorda
sem a corda
o pendurar...

mas esse cara não ia morrer?

terça-feira, 9 de junho de 2009

duas (e mais) putas

por que não continua suas notas?
essas dispostas
a fazê-los chorar.
não se enganam,
claro.
dizem amém.


você também é puta.
nem se pudesse
essa prece
ajudaria uma vadia.

é só o sonho
daquela tia
que sou eu.

também tem pele e músculos.
bem repele os músculos
chorando pelos poros
com olhos embriagados.

eu
não como você
bebo por outra
parte do corpo.