terça-feira, 9 de novembro de 2010

poema dietético

a mulher se levantou do túmulo cantando os feitos de sua morte.
dormia feliz.
o café-da-manhã é composto de terra e gramíneas.
poderia comer as larvas que saiam dos buracos nos ossos
mas a tabela nutricional dizia

não!

só agora estou faca, fraca...
não me lembro magrrr...is.

grande coisa é a vida com cheiro de pele e gordura!
nua eu fico em ossos como aquela noiva,
nova porém eterna
como eu
não como
vermes gordurosos.

não era noiva e muito menos eterna.
a terra que comia estava no topo da cadeia alimentar e, em tempo, viraria bosta.
ao menos serviria de não-alimento aos novanoréxicos do cemitério.

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