terça-feira, 13 de outubro de 2009

esquisitofrenia

pra viver como esses outros
encostos
ela tem que parecer normal.
há os que te chamam de louco,
mas essas formigas de bunda
maior que a cabeça,
esqueça.

é moderninho eu-você?
um imbecil,
um empecilho
praquele planeta
azul
ali embaixo.
tá vendo?

e converso tanto assim comigo!
tanto assim o (in)verso inimigo
amigo daqueles outros
de quem falei na primeira estrofe.

minha letra mudou de lá pra cá
você percebeu, né?
a pá que lacra mudou seu túmulo
de lugar.

a cada verso uma ou outra
voz doída é parida.
eu só sei fingir
e fugir desse outro...
é! o filho de deuscomletraminúscula
que me diz: tudo fica bem se você
vira mais uma puta do criador!...

e não há dor.
não adormeci ainda
ao som de mil vozes minhas
ex-vozes minhas, pois já tá escrito
que eu não quero chupar o pai.

puta!
amputa o verso
onde a conversa
é feita por donas de casa
casa, asa, saia daqui
pela porta, janela
direto a um não-lugar
onde seu buraco esteja cavado.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

sonífero

eu só quero dormir.
não me importa que
acorde
de seu violão
às seis faça o barulho
de cem gralhas
empalhadas na parede.

é tudo silêncio
mesmo que me lembre
dos ouvidos
entupidos de cera.

será que só minha cabeça grita?

não me importa também
quem me toca
por debaixo do lençol.

meu Remédios
é subir ao céu
ao som dessa canção
que me dá sono, não horror.
e eu só quero dor... rrr... rrrrrr...